Como é usada em várias receitas saudáveis, e tem uma cor verde (ou azul) tão característica, a espirulina deixa muitos curiosos, por isso, no âmbito da rubrica Alimento do Mês, falámos com a nutricionista Magda Roma sobre este superalimento.
Artigo da Drª Magda Roma, publicado na | Ver notícia no site Notícias ao Minuto |
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É muito provável que já tenha ouvido falar de espirulina. É considerada um superalimento e está disponível em vários formatos, o mais conhecido talvez seja em pó, tornando-a um ingrediente usado em muitas receitas, especialmente as que têm o rótulo ‘fit’.
Para entender melhor os seus benefícios, as suas características e origens, mas também para saber se é algo realmente saudável, o Lifestyle ao Minuto falou com a nutricionista Magda Roma.
Como, ao natural, a espirulina tem aspeto de alga é, muitas vezes, confundida, mas na realidade trata-se de uma cianobactéria, explica a nutricionista. Além disso, também é curioso o seu desenvolvimento, já que apenas aparece em águas com características muito específicas. Por exemplo, entre os ‘requisitos’, está um pH alcalino. É encontrada em lagos ou rios semitropicais.
Tendo isto em conta, o valor nutricional da espirulina “varia segundo a riqueza das águas onde se desenvolvem”, salienta. De uma forma geral, é possível dizer que tem cerca de 60% de proteínas, aminoácidos essenciais, uma elevada concentração de vitaminas, antioxidantes e ferro.
Também não lhe faltam outros compostos que se denominam como fitonutrientes, essenciais para o bom funcionamento do organismo, e ainda muita clorofila, responsável pela sua cor verde e tão característica.
Mais especificamente, analisando uma espirulina proveniente dos Açores, chamada 5essentia, a nutricionista diz que em 100g ali se encontra “até 300% de betcaroteno, 210% de vitamina B1 e B2, 1650% de vitamina D, 800% de vitamina K, 2250% de potássio e 500% de ferro, entre outros”.
É ainda de salientar que “devido à sua riqueza em nutrientes antioxidantes e anti-inflamatórios pode tornar-se num alimento a fazer, facilmente, parte da nossa alimentação.”
A espirulina está disponível em forma de comprimidos, cápsulas, pó e granulado e, tal como a origem dos mesmos, as qualidades nutricionais também variam entre formatos. Isto é, “quanto maior é o processamento dos alimentos mais propriedades os mesmos podem vir a perder”, acrescenta.
Como em Portugal existem várias “culturas de espirulina, optar por uma espirulina nacional pode ser uma mais-valia”, já que se vier do outro lado do mundo é provável que seja mais processada, ou seja, não tem os mesmos valores nutricionais e benefícios.
Ao falar sobre as cores da espirulina, a nutricionista indica que, na verdade, no seu estado mais natural é verde. “Como tem na sua composição um fitonutriente antioxidante designado de ficocianina e devido a processos específicos é possível captar apenas este pigmento”, assim é criada a espirulina “em verde ou azul, sendo que, a azul, é apenas o fitonutriente mencionado”.
É considerada um superalimento graças à sua riqueza em nutrientes que pode ser utilizada para fins específicos e terapêuticos. No entanto, pessoas com doenças renais, e não só, devem ter atenção ao consumo de espirulina porque tem níveis elevados de minerais como o potássio.
Além disso, “sendo uma cianobactéria ela pode também ter na sua constituição metais pesados devido às contaminações das águas”, acrescenta.
Não existe uma prescrição geral para o consumo deste alimento, mas antes de o incluir na dieta é essencial ter em conta as necessidades de cada um.
Caso a pessoa não tenha nenhuma contraindicação associada aos nutrientes pode consumir três a 10g de espirulina, diariamente, sendo o normal uma colher de chá por dia. Já indivíduos ativos e até desportistas podem consumir até 10g, todos os dias, o que equivale a cerca de uma colher de sopa.
É uma ótima adição “em sumos, batidos, eu gosto de colocar no arroz ou cuscuz, legumes ou se entendermos, caso seja no formato granulado ou pó, num copo com água, diluir e ingerir”, remata.